Twitch demite 35% dos funcionários em 2024 e lida com pressão por lucro diante da concorrência

Demissões atingem em cheio a Twitch em meio a busca por lucro
No início de 2024, a Twitch surpreendeu muita gente ao anunciar uma das maiores rodadas de demissões da sua história: mais de 500 funcionários perderam seus empregos, um corte que enxugou nada menos do que 35% do seu quadro global. O CEO Dan Clancy justificou a decisão dizendo que a empresa precisava se ajustar à realidade do negócio, deixando para trás as apostas otimistas do passado. Para quem acompanha o mercado, ficou claro que a empresa enfrentava dificuldades para fazer o dinheiro render, mesmo sendo líder na transmissão ao vivo.
O tom do corte foi diferente do que muita gente já viu em projetos de tecnologia: não era só uma questão de cortar gastos aqui e ali, mas sim de admitir que o crescimento anterior do time tinha sido exagerado comparado ao dinheiro que realmente estava entrando. O recado transmitido internamente era de um foco total na sustentabilidade, não em previsões mirabolantes de crescimento sem base concreta.
Concorrência feroz e ajustes no modelo de negócios
Um dos grandes dilemas atuais da Twitch é equilibrar o que paga para quem produz conteúdo — mais de US$ 1 bilhão por ano — com a busca por uma operação lucrativa. Não dá para ignorar a movimentação dos rivais: YouTube e TikTok tentaram fisgar criadores famosos oferecendo contratos surreais, mas acabaram dando um passo atrás quando perceberam o tamanho da conta no final do mês. Dan Clancy falou abertamente sobre esse ciclo, revelando que esses acordos eram insustentáveis a longo prazo.
Enquanto os concorrentes apostam em formatos variados, a Twitch resolveu dobrar a aposta na sua maior força: a transmissão ao vivo em tempo real. Isso coloca o site em um lugar único, diferente de plataformas de vídeo sob demanda. Ainda assim, não é fácil segurar audiência e criadores quando outros gigantes também oferecem transmissões ao vivo integradas a públicos gigantescos.
A empresa identificou que só vai se manter relevante se investir pesado em ferramentas de monetização. Para 2025, a Twitch promete novidades: vai acelerar o acesso a recursos como assinaturas, bits (a moeda virtual da plataforma) e criar novas oportunidades de patrocínio para streamers. É uma tentativa clara de não só manter os grandes nomes, mas também dar incentivo para quem está começando e precisa ver retorno rápido no esforço.
Por dentro da Twitch, o clima não é de festa, mas de reestruturação. Todas as decisões, inclusive as dolorosas como as demissões, miram simplificar processos e ganhar agilidade — vitais numa arena onde a concorrência se reinventa o tempo todo. Com as mudanças, a meta é encontrar um equilíbrio difícil: continuar líder nas transmissões ao vivo e, ao mesmo tempo, conseguir que o negócio comece a fechar as contas no azul.