Surfista profissional: como viver de ondas e conquistas
Se você já sonhou em ganhar a vida pegando onda, está na hora de entender o que realmente significa ser um surfista profissional. Não é só sobre curtir o mar nos fins de semana; é rotina, disciplina, estratégia e, claro, muita paixão.
Rotina de treinos e preparação física
O dia de um surfista começa antes do sol nascer. Muitos começam o dia com um aquecimento leve – corrida na areia, alongamento e exercícios de core. A força do tronco ajuda a manter o equilíbrio nas ondas grandes e a reduzir o risco de lesões. Depois, vem a sessão de surf no pico do dia, que pode ser uma praia local ou um ponto de apoio em um resort de surf. A ideia é variar: surf de tubo, longboard, curtas sessões de manobras técnicas. Fora da água, o atleta faz musculação, cardio e yoga para melhorar a flexibilidade. O segredo é combinar resistência aeróbica com força explosiva.
Equipamento: escolha a prancha certa
Não basta ter qualquer prancha. Cada surfista profissional tem um "armamento" adaptado ao estilo e ao tipo de onda que vai enfrentar. Pranchas de fibra de vidro ainda dominam, mas composite e foam são cada vez mais populares por serem mais leves e duráveis. O tamanho, a largura e o rocker (curvatura) são ajustados para cada competição. Por exemplo, nas ondas de Pipeline, a prancha é mais curta e mais grossa para aguentar a força da parede; já nas ondas de Supertubos, a forma é mais estreita para melhorar a velocidade.
Além da prancha, um surfista profissional usa leash resistente, leathers para proteger as mãos e, em alguns casos, booties ou wetsuit. A escolha correta pode ser a diferença entre fazer um ponto e levar um wipeout.
Como chegar à categoria profissional
O caminho começa nos circuitos amadores: concursos de surf locais, eventos de escolas de surf e campeonatos regionais. O ponto de virada costuma ser entrar no Qualifying Series (QS) da World Surf League (WSL). Cada ponto conquistado no QS vale ranking e, ao alcançar uma posição de destaque, o surfista garante uma vaga no Championship Tour (CT), onde competem os maiores nomes do planeta.
Para chegar lá, é essencial ter bons resultados, patrocínio e um time de apoio (treinador, fisioterapeuta, agente). Muitas vezes, os atletas buscam bolsas em academias de surf no Havaí, Austrália ou Portugal, onde o nível de treinamento é alto e as ondas são consistentes.
Desafios da vida em alta performance
Viajar o mundo inteiro, lidar com diferentes fusos horários e se adaptar a condições climáticas imprevisíveis são parte do dia a dia. Além disso, a pressão por resultados pode pesar na saúde mental. Por isso, muitos surfistas investem em coaching mental e meditação. A alimentação também é cuidadosa: dietas ricas em proteínas, carboidratos de absorção lenta e hidratação constante ajudam a manter energia nas longas sessões.
Outro desafio é a temporada curta de competições. O período de pico acontece entre março e dezembro, mas a preparação começa o ano todo. Fora da temporada, o atleta ainda treina, faz workshops, grava conteúdos para patrocinadores e se mantém ativo nas redes sociais para manter a visibilidade.
O que esperar de uma competição
Em cada evento, os surfistas têm um número limitado de ondas (geralmente 30 a 36) para marcar pontos. As regras são simples: quanto mais difícil a manobra, maior a pontuação. Os juízes avaliam velocidade, potência, variedade e risco. Para ganhar, não basta só pegar ondas grandes; é preciso executar manobras precisas e criativas.
Os maiores prêmios estão no CT da WSL, que inclui categorias como Mens Swim (feminina) e Men’s Championship (masculina). O vencedor do título mundial recebe não só troféu, mas contratos milionários com marcas de surf, energia e estilo de vida.
Ser um surfista profissional é um estilo de vida que combina amor ao mar, disciplina física e estratégia de carreira. Se você está pronto para encarar o desafio, comece hoje mesmo: treine, encontre uma boa prancha, participe de competições locais e vá subindo os degraus. O oceano pode ser imprevisível, mas a determinação de quem quer viver de surf é o que realmente faz a diferença.

O surfista profissional Tamayo Perry, de 49 anos, faleceu após um ataque de tubarão enquanto surfava na ilha de Oahu, no Havaí. Ele era conhecido tanto no esporte quanto no cinema e TV. Apesar de ser resgatado e levado para a costa, Perry não resistiu aos ferimentos, deixando a comunidade em luto.