Superstição no Brasil: mitos que ainda fazem parte do cotidiano
Você já ouviu alguém dizer que não pode abrir a tesoura de costas ou que é ruim passar porbaixo de uma escada? Essas frases são mais do que papo de vizinho, são superstições que atravessam gerações. No Brasil, elas misturam influências indígenas, africanas e europeias, criando um caldo cultural cheio de histórias curiosas.
Todo mundo tem ao menos uma superstição favorita – seja jogar sal na porta para afastar o azar ou levar um amuleto no bolso antes de um jogo importante. O legal é perceber como essas crenças surgem, mudam e permanecem vivas, mesmo numa era de ciência e tecnologia.
Origens das superstições no Brasil
Quando os portugueses chegaram, trouxeram consigo crenças da Europa medieval, como o medo de quebrar espelhos ou de encontrar um gato preto cruzando o caminho. Ao mesmo tempo, as tribos indígenas já praticavam rituais de proteção contra espíritos da floresta, usando ervas e cantos. A influência africana, trazida pelos escravizados, adicionou elementos como o uso de amuletos de olho grego e a prática de jogar água no chão para limpar energias negativas.
Com o tempo, essas tradições se misturaram. Por exemplo, a prática de jogar sal ao atravessar uma linha imaginária tem raízes na antiga crença europeia de que o sal purifica, mas também ressoa com rituais de limpeza dos povos africanos. Essa fusão explica por que algumas superstições parecem ter “um pedacinho” de várias culturas.
Superstições que ainda dominam o cotidiano
Escada e sapato: abrir ou fechar a porta da frente com o pé esquerdo, ou evitar passar por baixo de escadas, ainda são evitados por muita gente. A ideia é simples – não atrair o azar. Mesmo que ninguém prove que isso funcione, a tradição persiste nas conversas de planejamento de festas e eventos.
Água de cheiro: espalhar água de cheiro antes de uma entrevista de emprego ou exame é quase um ritual de boa sorte. Acredita‑se que o perfume afasta espíritos negativos e cria uma energia positiva ao redor.
Chá de alho: antes de viajar, beber um chá de alho quente parece estranho, mas muitos juram que ajuda a evitar doenças e acidentes. Essa prática tem origem nas crenças de que o alho protege contra o mal‑olhado.
Dia 13: diferente de alguns países onde a sexta‑feira 13 é temida, no Brasil o número 13 costuma ser visto como azar em geral, mas ainda há quem considere a segunda-feira 13 como “bom” para começar projetos, acreditando que o universo já “cuidou” do azar.
Além dessas, há mil outras: não guardar as unhas cortadas na casa, não falar de um assunto tabu em sexta‑feira, ou colocar um pires de água na entrada para “limpar” a energia da casa. Cada família tem seu repertório, e muitas vezes essas regras são passadas como conselhos de avós para proteger seus netos.
Mesmo que a ciência ainda não tenha comprovado a eficácia, o fato de que essas crenças influenciam comportamentos é inegável. Elas criam rotinas, dão um sentido de controle e, às vezes, ajudam a reduzir a ansiedade antes de situações estressantes.
Se você ainda não tem uma superstição favorita, experimente observar o que seu entorno faz. Pode ser que, ao adotar um pequeno ritual, você descubra uma nova forma de encarar o dia a dia com um toque de magia popular.

A Sexta-Feira 13 é cercada de superstições e curiosidades. Alguns vêem essa data como um presságio de azar, enquanto outros como um sinal positivo. Neste artigo, exploramos as origens, significados numerológicos e interpretações culturais que moldam essa data enigmática.