Soldados Norte-Coreanos: tudo o que você precisa saber
Quando o assunto é Coreia do Norte, a primeira coisa que vem à mente costuma ser a disciplina rígida do seu exército. Mais de 1,2 milhão de pessoas estão sob armas, e grande parte da população vive praticamente como reserva permanente. Mas como esse sistema funciona na prática? Vamos explicar de forma simples e direta.
Recrutamento obrigatório e idade mínima
Na Coreia do Norte o alistamento é obrigatório para homens a partir dos 17 anos. As meninas podem ser convocadas a partir dos 20, principalmente para funções de apoio. O processo não passa por exames de aptidão física como em outros países; o Estado decide quem vai servir com base em avaliações políticas e sociais. Quem tem "bom histórico" de lealdade ao Partido é mais rápido a ser aceito.
Treinamento intensivo e doutrina militar
Depois de entrar, o recruta passa por um treinamento que dura de seis a doze meses. As aulas são duplas: parte física (corridas, marchas, manobras) e parte ideológica, com longas sessões de estudo sobre a história do regime e a figura de Kim Jong‑un. A disciplina é extremamente rígida: faltas ou falhas podem resultar em punições severas, inclusive trabalho forçado.
Além disso, as forças norte‑coreanas adotam táticas de guerrilha e defesa de terreno difícil, como as montanhas da fronteira com a Coreia do Sul. Muitos soldados são treinados para operar em condições climáticas extremas, o que aumenta a resistência, mas também a vulnerabilidade a doenças.
O exército não é só uma máquina de combate; ele serve como ferramenta de controle interno. Deputados e autoridades civis frequentemente utilizam unidades militares para reforçar protestos ou garantir a presença do Partido em áreas remotas. Por isso, os soldados são vistos tanto como defensores da nação quanto como agentes de ordem pública.
Nos últimos anos, a presença de soldados norte‑coreanos tem sido citada em notícias internacionais, principalmente quando o regime tenta demonstrar força ao lado de projetos nucleares ou ao lançar ataques cibernéticos. Em 2024, por exemplo, hackers vinculados à Coreia do Norte roubaram mais de 1,5 bilhão de dólares de uma exchange, mostrando que a estratégia militar inclui também o ciberespaço.
Mesmo com todo esse aparato, a vida dos soldados costuma ser dura. Salários são quase inexistentes, a alimentação depende de ração estatal e as condições de moradia são simples. Muitos soldados não sabem ao certo quando vão voltar para casa; a mobilização pode durar anos, especialmente em tempos de tensão.
Se você acompanha notícias sobre a Coreia do Norte, provavelmente já viu imagens de desfiles massivos, mas o dia a dia dos soldados é bem diferente. É um ciclo de treinamento, doutrinação e missões que raramente permitem contato com o mundo exterior. Essa rotina reforça o poder do regime e mantém a população sob constante vigilância.
Em resumo, os soldados norte‑coreanos são um elemento-chave da política interna e externa do país. Eles são recrutados desde a adolescência, passam por um treinamento pesado que mistura força física e propaganda ideológica, e acabam servindo tanto nas fronteiras quanto nas ruas, garantindo o controle do Partido sobre todo o território.

Soldados da Coreia do Norte, deslocados para a Ucrânia, aproveitam a liberdade de acesso à internet para consumir conteúdos não disponíveis em sua terra natal. Essa situação destaca a diferença entre a rígida censura coreana e as novas liberdades que esses militares experienciam fora de seu país de origem. O relato, originado de um jornal, aponta a curiosidade dos soldados frente à ausência de controles rígidos.