Abuso familiar: o que é, sinais e como agir

Quando a violência entra em casa, todo mundo sente. Abuso familiar engloba agressões físicas, psicológicas, sexuais ou econômicas praticadas entre parentes. Não é só briga de casal; pode acontecer entre pais e filhos, irmãos, avós e netos. O primeiro passo é reconhecer que o problema existe e que tem solução.

Sinais de alerta que você não pode ignorar

Ficar de olho nos indícios ajuda a interromper o ciclo de violência. Observe mudanças repentinas de humor, medo ao falar de família, marcas inexplicáveis no corpo, isolamento social e quedas no rendimento escolar ou profissional. Crianças podem se tornar quietas ou, ao contrário, agressivas sem motivo aparente. Se alguém demonstra ansiedade constante ou evita o telefone da família, vale investigar.

Como prevenir o abuso antes que ele piore

Prevenção começa com comunicação aberta. Incentive conversas sem julgamento, mostre que a pessoa pode confiar em você e que buscar ajuda não é sinal de fraqueza. Educação nas escolas sobre respeito e direitos humanos também faz diferença. Se houver histórico de violência, procure terapia familiar ou grupos de apoio. Pequenas mudanças, como dividir responsabilidades e reconhecer emoções, já reduzem o risco.

Se você ou alguém que conhece está em situação de risco, procure ajuda imediatamente. No Brasil, o número 180 liga para a Central de Atendimento à Mulher e à Família em situação de violência. Serviços de saúde, como CAPS e unidades de pronto‑socorro, também podem receber a vítima e encaminhar ao psicólogo ou assistente social.

Além do telefone, existem organizações que oferecem acolhimento presencial ou online. ONGs como a Casa da Mulher Brasileira e o Instituto de Apoio à Família têm equipes prontas para orientar, intervir e proteger. Não hesite em marcar uma consulta com psicólogo; o apoio profissional ajuda a reconstruir a autoestima e a planejar saídas seguras.

É importante lembrar que a responsabilidade pelo abuso nunca é da vítima. Culpar quem sofre só perpetua o medo e impede a quebra do ciclo. Ao apoiar alguém, mantenha a escuta ativa, evite julgamentos e ajude a pessoa a traçar um plano de ação – fugir de casa pode ser perigoso sem apoio adequado.

Por fim, a sociedade tem um papel crucial. Denuncie casos de abuso que você presenciar, mesmo que seja de um vizinho ou conhecido. A legislação brasileira, como a Lei Maria da Penha e o Estatuto da Criança e do Adolescente, oferece ferramentas para punir agressores e proteger vítimas. Cada denúncia pode salvar uma vida.

Não deixe o silêncio se instalar. O que parece ser um problema familiar pode ser o ponto de partida para uma mudança positiva. Identifique, converse, busque ajuda e ajude quem precisa a romper o ciclo de violência.