Moraes autoriza investigação de insider trading após tarifaço de Trump

Quando Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, autorizou, na segunda‑feira, 21 de julho de 2025, a abertura de um inquérito criminal sobre suposto insider trading no mercado de câmbio, o Brasil ganhou mais um capítulo turbulento de sua disputa comercial com os Estados Unidos.
A decisão acolheu um pedido da Advocacia‑Geral da União (AGU), que havia identificado, com base em registros de corretoras, movimentações atípicas de bilhões de dólares realizadas poucas horas antes do anúncio oficial das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, divulgado por Donald Trump, então presidente dos EUA.
Contexto do anúncio das tarifas
O anúncio das tarifas comerciais de 50%Washington, D.C. ocorreu às 16h17 do dia 9 de julho de 2025, quando o presidente norte‑americano assinou, em carta oficial, a medida de retaliação contra o Brasil por supostos subsídios ilegais nas indústrias de aeronáutica e agronegócio.
Três horas antes, às 13h30, um investidor – ainda não identificado – teria comprado entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em dólares à cotação de R$ 5,46, segundo a AGU. Poucos minutos depois da divulgação da tarifa, às 16h20, a mesma posição foi liquidada na cotação de R$ 5,60, gerando lucro bruto entre R$ 420 milhões e R$ 560 milhões.
Quem está no centro da investigação?
Além de Jorge Messias, advogado‑geral da União, que detalhou os indícios de uso de informação privilegiada, a apuração inclui nomes políticos de destaque. O inquérito já investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex‑presidente Jair Bolsonaro, ambos suspeitos de receberem “pistas” sobre decisões econômicas dos EUA antes que fossem públicas.
O pedido foi enviado à Procuradoria‑Geral da República (PGR), que deve conduzir a ação penal conforme o artigo 129 da Constituição. Simultaneamente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi acionada para investigar eventuais quebras às normas de mercado.
Detalhes das operações suspeitas
- Data da compra: 9 de julho de 2025, 13h30.
- Valor das transações: entre US$ 3 bi e US$ 4 bi.
- Cotação de compra: R$ 5,46 por dólar.
- Data da venda: 9 de julho de 2025, 16h20.
- Cotação de venda: R$ 5,60 por dólar.
- Lucro estimado: entre R$ 420 mi e R$ 560 mi.
Esses números foram corroborados por registros de duas corretoras de câmbio que operam no balcão, e a AGU enviou à CVM cópias de todas as ordens para facilitar a análise. Até o momento, nenhum nome de pessoa física ou jurídica foi divulgado nas petições, o que indica que a investigação ainda está em fase preliminar.

Reações dos envolvidos
Jorge Messias afirmou que o “uso de informações privilegiadas para obter ganhos financeiros excessivos representa uma afronta ao princípio da igualdade de mercado”. Já Eduardo Bolsonaro, em entrevista ao programa de rádio local, negou qualquer irregularidade, alegando que “não há provas de que eu ou meu pai tenhamos tido acesso a documentos confidenciais”. Por sua vez, o ex‑presidente Jair Bolsonaro, que está sob medida preventiva de tornozeleira eletrônica desde a semana passada, classificou a investigação como “mais um ataque político”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, não comentou diretamente o caso de insider trading, mas reiterou que as sanções comerciais são “necessárias para proteger os interesses americanos”.
Impacto no cenário econômico
Especialistas financeiros apontam que o volume de US$ 3‑4 bi movimentado em poucos minutos pode gerar volatilidade significativa no câmbio, sobretudo em um contexto de alta de tarifas. "Se houver confirmação de insider trading, o mercado pode exigir medidas ainda mais rígidas da CVM, o que, por ironia, pode reduzir a confiança dos investidores estrangeiros", alerta a economista da FGV, Maria Clara Lopes.
Para o comércio exterior, a tarifa de 50% já provocou queda de 12% nas exportações de carne bovina e 9% nas exportações de soja nos primeiros dias após o anúncio, segundo dados do Ministério da Fazenda.

Próximos passos da apuração
O ministro Moraes determinou que a petição da AGU seja encaminhada à PGR e que a investigação continue “sob sigilo”, a fim de preservar a integridade das provas. A expectativa é que a CVM apresente um relatório preliminar em até 30 dias, enquanto a Polícia Federal deverá conduzir oitava fase de coleta de depoimentos.
Se for confirmada a prática de insider trading, o caso pode movimentar multas que ultrapassem R$ 1 bilhão, além de eventuais penas de prisão para os responsáveis. A repercussão política pode ainda intensificar a pressão sobre o governo de Jair Bolsonaro, que já enfrenta outras duas investigações relevantes.
Por que isso importa para o cidadão brasileiro?
Além do risco de instabilidade cambial, o caso evidencia como decisões políticas internacionais podem reverberar diretamente nos bolsos dos investidores comuns. Uma cotação mais alta do dólar eleva o preço dos produtos importados e reduz o poder de compra da população, enquanto as tarifas protecionistas podem encarecer alimentos e bens de consumo.
O acompanhamento da AGU, da CVM e do STF será crucial para garantir que o mercado opere de forma justa e transparente.
Perguntas Frequentes
Como a suposta prática de insider trading pode afetar o câmbio?
A compra e venda de bilhões de dólares em poucos minutos pode criar oscilações bruscas na taxa de câmbio, pressionando o real para baixa ou alta inesperada. Isso afeta tanto importadores quanto exportadores, que dependem de previsibilidade nos preços internacionais.
Quem pode ser responsabilizado pelos lucros obtidos?
Se a investigação comprovar que o investidor usou informação privilegiada, a justiça pode impor multas que chegam a 20% do lucro obtido, além de penas de prisão que variam de 2 a 8 anos, conforme a Lei nº 6.385/76.
Qual a relação entre Eduardo Bolsonaro e o caso?
A AGU incluiu Eduardo Bolsonaro na investigação por suposto acesso a informações sobre a decisão dos EUA antes da sua publicação, o que poderia ter sido repassado a terceiros que operaram no mercado cambial.
O que a CVM pode fazer diante de indícios de irregularidade?
A CVM pode aplicar multas, suspender o registro de corretoras envolvidas, exigir devolução dos lucros ilícitos e, em casos graves, recomendar a instauração de processos criminais junto ao Ministério Público.
Qual o próximo passo da PGR?
A PGR analisará a petição enviada pelo ministro Moraes e, se entender que há mérito suficiente, abrirá uma ação penal formal contra os responsáveis, iniciando a fase de instrução e colheita de provas.
vinicius alves
outubro 8, 2025 AT 02:53O caso tá mais enrolado que fuso horário em fusos.
Lucas Santos
outubro 8, 2025 AT 03:26Prezados, a premissa subjacente da investigação demanda rigor metodológico e transparência documental; sem tais amarras, qualquer inferência carece de validade. 🙂
Larissa Roviezzo
outubro 8, 2025 AT 03:59Gente, isso parece filme de drama econômico, né? Primeiro a tarifa, depois o suposto insider trading, e ainda tem o papo de “ataques políticos”. A galera tão só em cima de quem já tem fila pra cair. Não dá pra levar tudo a sério sem ver provas concretas. Se for verdade, quem fez a grana ganhou um jackpot que nem eu poderia sonhar. Mas, por enquanto, é só fumaça.
Luciano Hejlesen
outubro 8, 2025 AT 04:33🎭 Ah, que espetáculo! Enquanto vocês assistem ao drama, eu vejo números, gráficos e lacunas que ninguém menciona. O “insider” provavelmente tem acesso a relatórios que ainda nem foram divulgados. 💹
Marty Sauro
outubro 8, 2025 AT 05:06Olha, se o mercado vai ficar mais volátil, talvez seja a hora de pensar em estratégias diversificadas. Mas claro, tudo isso tem um toque de ironia, né?
Aline de Vries
outubro 8, 2025 AT 05:39Vamo entender esse rolo todo: tarifaa alta, mercado balançando e ainda tem aquele negócio de insider. Na minha opinião, quem ta se beneficiando é quem tá por dentro das manhas. Só não esqueçam de olhar o todo.
edson rufino de souza
outubro 8, 2025 AT 06:13Você acha que é só “manhas”? Na real, tem um esquema maior: os poderes globais manipulam tarifas pra criar medo e depois lucram no câmbio. É a mesma jogada de sempre, só muda o nome.
Ryane Santos
outubro 8, 2025 AT 06:46A abertura do inquérito criminal por parte do ministro Alexandre de Moraes encontra respaldo jurídico nos artigos que versam sobre improbidade e manipulação de mercado.
A Advocacia‑Geral da União, ao identificar as transações atípicas, utilizou instrumentos de monitoramento de fluxo cambial que são padrão em investigações de insider trading.
É imprescindível considerar que a compra de US$ 3 a 4 bilhões em dólares em um intervalo de três horas constitui volume incomum para agentes institucionais.
Tal volume, aliado a variação de preço de R$ 5,46 para R$ 5,60, gera um spread que, quando computado, resulta em lucros superiores a R$ 400 milhões, o que extrapola a margem de erro operacional.
Além disso, a presença de nomes políticos como Eduardo Bolsonaro levanta suspeitas sobre a confluência entre interesses judiciais e a elite financeira.
A jurisprudência brasileira já estabeleceu precedentes onde a utilização de informação privilegiada foi considerada crime com penas que vão de dois a oito anos de reclusão.
A Comissão de Valores Mobiliários tem competência para aplicar multas que podem chegar a 20% dos ganhos ilícitos, somando-se, inclusive, à obrigação de devolução dos lucros obtidos.
É necessário também observar que o mercado cambial reage sensivelmente a anúncios de tarifas comerciais, e a manipulação de operação antes da divulgação oficial pode alterar as expectativas de agentes externos.
Os mecanismos de arbitragem internacional tendem a se ajustar rapidamente, mas a execução de ordens em alta frequência pode criar “bursts” de volatilidade.
A polícia federal, ao conduzir a oitava fase de coleta de depoimentos, precisará mapear a cadeia de custódia da informação e rastrear os pontos de origem dos sinais de negociação.
Caso o Ministério Público entenda que há prova suficiente, a ação penal será formalizada e os réus poderão ser submetidos a julgamento em primeira instância.
A repercussão política, por sua vez, pode incidir sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, potencializando a necessidade de revisão das tarifas.
Em síntese, o caso evidencia a intersecção entre política, economia e direito, demandando uma abordagem multidisciplinar para elucidação completa.
A transparência dos procedimentos investigativos será vital para manter a confiança dos investidores estrangeiros no mercado brasileiro.
A sociedade civil, ao acompanhar os desdobramentos, tem o direito de exigir que os responsáveis sejam responsabilizados de forma proporcional à gravidade dos atos.
Portanto, a continuidade da investigação deve ser pautada por rigor técnico, celeridade processual e observância das garantias constitucionais.
Lucas da Silva Mota
outubro 8, 2025 AT 07:19Eu vejo tudo isso como uma cortina de fumaça para desviar a atenção das verdadeiras falhas estruturais da nossa política econômica.
Verônica Barbosa
outubro 8, 2025 AT 07:53Patriotas não toleram sabotagem econômica de estrangeiros.