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Lula na ONU, tempestades no Sudeste e a 'Blindagem' que divide o Congresso

Lula na ONU, tempestades no Sudeste e a 'Blindagem' que divide o Congresso set, 24 2025

Crises climáticas e políticas no Brasil e no mundo

Na manhã de 23 de setembro, o presidente Lula abriu a 80ª sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque. O discurso, carregado de críticas, apontou o ex‑presidente Jair Bolsonaro e o ex‑presidente dos EUA, Donald Trump, como exemplos de quem submete a nação a interesses externos. Lula enfatizou que a interferência dos Estados Unidos é "inaceitável" e puxou a fila de temas que, segundo ele, precisam de ação imediata: fome, desigualdade, soberania nacional e a crise climática.

O discurso repercutiu em Brasília, onde a população enfrenta outra ameaça: o clima. Tempestades intensas derrubaram telhados, postes e linhas de energia em Belo Horizonte. Vizinhos relataram que a força dos ventos arrancou telhas de casas antigas, provocando queimaduras de fios expostos. Em São Paulo, a situação foi semelhante; bairros da zona norte e leste ficaram sem luz por mais de 12 horas, enquanto serviços de limpeza enfrentavam ruas alagadas. Especialistas da Climatempo alertam que eventos assim podem se tornar mais frequentes, já que o Brasil ainda não tem um plano nacional de adaptação robusto.

Enquanto o céu se fechava em São Paulo, o Congresso se aquecia com discussões sobre a chamada "PEC da Blindagem". O senador Alessandro Vieira, do Rio Grande do Norte, apresentou um parecer que considerou a proposta inconstitucional. A emenda exigiria que qualquer investigação ou prisão de parlamentares fosse aprovada por voto secreto nas casas legislativas dentro de 90 dias – um mecanismo que, segundo críticos, favorece a impunidade. A Câmara já aprovou a medida em duas votações, com maioria larga, mas o Senado ainda tem a palavra final.

Desdobramentos internos: da Câmara ao Senado e à sociedade

Desdobramentos internos: da Câmara ao Senado e à sociedade

Na Câmara dos Deputados, o debate sobre a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro ganhou mais força. Advogados do MP pedem que a Suprema Corte obrigue o plenário a aplicar a perda de mandato de Carla Zambelli, que foi afastada por decisão judicial. O PL (Partido Liberal), principal bancada do ex‑presidente Jair Bolsonaro, tem se posicionado firmemente contra medidas de anistia ou de “dosimetria” que beneficiariam aliados do governo anterior, garantindo que a discussão continue acalorada nos corredores do Palácio.

Em paralelo, o judiciário avançou em casos criminais que ganharam destaque na mídia. Um colaborador do esquema conhecido como "Careca do INSS" foi preso por prestar falso depoimento, reforçando a luta contra fraudes no sistema previdenciário. Outra notícia chocante foi o assassinato de um advogado de defesa criminal, alvejado com 20 tiros. O corpo foi velado na manhã seguinte, e a Polícia Federal abriu investigação por crime de ódio contra profissionais da justiça. Ainda na esfera criminal, um filho que matou sua própria professora enfrenta agora a perspectiva de até 40 anos de prisão, um caso que tem desconcertado a comunidade escolar.

O setor de infraestrutura também teve seu momento de holofote. Na capital mineira, deu-se início à obra do projeto Trincheira, que vai transformar a Avenida Cristiano Machado em um corredor de mobilidade urbana com ciclovias, faixas exclusivas e áreas verdes. Ao mesmo tempo, a rodovia 381 começou a cobrar pedágio, provocando protestos de motoristas que acusam a medida de "exploração" e reivindicam transparência nos recursos arrecadados.

No front da educação, o Brasil celebrou um marco histórico: mais de 10 milhões de estudantes matriculados no ensino superior, número que representa um crescimento de 30 % na última década. Essa expansão reflete políticas de acesso, como o ProUni e o Fies, que democratizaram o ingresso nas universidades. Porém, especialistas alertam que a qualidade ainda varia muito entre instituições públicas e privadas, e que o país precisa investir mais em pesquisa e em formação docente para sustentar esse avanço.

Por fim, o governo federal lançou uma iniciativa nacional para regularizar as contribuições ao FGTS de trabalhadores domésticos. A medida visa corrigir décadas de informalidade e garantir direitos como aposentadoria e seguro-desemprego. Sindicatos de empregadores domésticos elogiaram a proposta, enquanto organizações de direitos humanos pedem que o processo seja rápido e que o trabalhador tenha acesso a informações claras sobre o saldo acumulado.