Notícias Diárias Brasil

Defesa Civil testa novo sistema de alertas em quatro cidades de MS

Defesa Civil testa novo sistema de alertas em quatro cidades de MS set, 28 2025

Quando Defesa Civil Nacional disparou um alerta sonoro em quatro cidades do Centro-Oeste, a curiosidade virou preocupação e, logo em seguida, alívio.

Em , a defesa civil realizou, como parte de um projeto piloto, um teste de novo sistema de alertas de emergência usando a tecnologia Cell Broadcast. O experimento atingiu Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá, além de outras nove capitais da região Centro-Oeste.

Contexto e origem do projeto

O plano nacional surgiu após uma sequência de tempestades severas em 2024‑2025 que deixaram milhares de pessoas desamparadas. A ideia era criar um canal de comunicação que funcionasse mesmo quando redes de internet caíssem ou os telefones estivessem em modo silencioso.

Inspirado em sistemas já testados no Rio Grande do Sul e nas áreas litorâneas do Sul, o projeto recebeu apoio do Ministério da Integração Nacional e contou com parcerias de operadoras de telecomunicações para garantir cobertura total nas áreas de risco.

Detalhes do teste em MS e nas demais cidades

Durante o teste, os aparelhos emitiram um som alto, seguido de um texto que deixava claro que se tratava de uma simulação. No Distrito Federal, a mensagem dizia: "Defesa Civil: DEMONSTRAÇÃO do novo sistema de alerta de emergência no Distrito Federal. Mais informações, consulte o site Defesa Civil Alerta."

O coordenador da Defesa Civil em Campo Grande, Enéas de Carvalho Netto, coordenador, explicou: "É natural que o som cause estranhamento, mas pedimos calma. Basta clicar em ‘OK’ para confirmar o recebimento da mensagem. Esse simples gesto ajuda a aprimorar o sistema, que no futuro pode fazer a diferença em situações reais de perigo".

Para evitar sobrecarga nos serviços de emergência, a Defesa Civil recomendou que a população não ligasse para os números 192 (SAMU), 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil) durante o período de teste.

  • Horário de início: 14h (GMT‑4)
  • Cidades participantes no MS: Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá
  • Outras capitais incluídas: Brasília, Goiânia, Cuiabá, entre outras
  • Plataformas testadas: Android e iOS
  • Tipo de mensagem: áudio de alta frequência + texto de demonstração

Reações da população e das autoridades

Alguns moradores de Campo Grande relataram que o alerta soou como um alarme de incêndio, gerando pânico momentâneo. Contudo, a maioria segue as orientações e confirma o recebimento com o simples clique.

O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Carlos Botelho, destacou que o teste "não afetou as operações de socorro e, ao contrário, demonstrou que o país está pronto para adotar tecnologias de comunicação mais robustas".

Especialistas em gestão de desastres, como a professora Ana Lúcia Pereira da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, observaram que a familiarização precoce da população com o som e o procedimento é crucial para reduzir o tempo de reação em emergências reais.

Impacto esperado e lições aprendidas

Se tudo correr como o planejado, a tecnologia Cell Broadcast poderá reduzir em até 30% o tempo entre a ocorrência de um desastre e o aviso à população, segundo estudo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Além da rapidez, o sistema tem a vantagem de ser independente de redes de dados, o que o torna mais resiliente durante quedas de energia ou falhas de internet.

Um ponto de atenção levantado durante o teste foi a necessidade de padronizar a mensagem de demonstração para evitar confusão com alertas reais – uma prática já adotada em países como Japão e Nova Zelândia.

Próximos passos e expansão nacional

A Defesa Civil planeja repetir o teste em agosto de 2026, incluindo cidades do Nordeste que enfrentam risco de chuvas intensas. Também está em negociação com a Anatel para tornar o Cell Broadcast obrigatório para todas as operadoras até 2028.

Em paralelo, serão realizadas campanhas educativas nas escolas e nos meios de comunicação para que a população reconheça o tom de alerta e saiba exatamente o que fazer ao receber a mensagem.

Histórico da tecnologia Cell Broadcast no Brasil

A primeira experiência brasileira ocorreu em 2022, quando o governo testou o sistema nas áreas costeiras do Rio Grande do Sul após fortes deslizamentos. O sucesso daquele piloto abriu caminho para a ampliação ao Centro-Oeste.

Desde então, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações tem financiado pesquisas para melhorar a integração do Cell Broadcast com aplicativos de mapas e sensores meteorológicos.

Frequently Asked Questions

Como funciona o Cell Broadcast?

O Cell Broadcast envia mensagens em alta prioridade para todos os celulares que estejam dentro de uma área geográfica predefinida, independentemente de estarem ligados ao plano de dados ou em modo silencioso. A tecnologia usa torres de celular para distribuir o alerta simultaneamente.

Quem recebeu o teste?

Todas as linhas móveis ativas nas áreas de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Brasília, Goiânia, Cuiabá e nas demais capitais participantes receberam a mensagem. O teste não exigiu que o usuário estivesse conectado à internet.

O que devo fazer se receber um alerta real?

Ao ouvir o som de alerta, abra a mensagem imediatamente, siga as instruções – que podem incluir procurar abrigo, evitar áreas alagadas ou aguardar mais informações – e, se necessário, contate os serviços de emergência usando 192, 193 ou 199, lembrando de não sobrecarregar as linhas se não for essencial.

Quando o sistema será usado de forma permanente?

A expectativa da Defesa Civil Nacional é que, após os testes de 2025‑2026, o Cell Broadcast seja ativado em todo território brasileiro em 2028, especialmente nas regiões com maior risco de chuvas intensas, deslizamentos e inundações.

Quais são as críticas ao uso do sistema?

Alguns críticos apontam que alertas sonoros muito altos podem gerar pânico ou ser incômodos para pessoas com sensibilidade auditiva. A Defesa Civil afirma que está trabalhando em ajustes de volume e em mensagens de teste claramente identificadas para minimizar esses efeitos.