AWS tem interrupção global em 20/10/2025; milhões de clientes afetados

Na noite de 20 de outubro de 2025, às 19h47 (UTC), o Amazon Web Services (AWS) divulgou, por meio do seu Dashboard de Saúde da AWSGlobal, que uma interrupção ativa estava afetando a infraestrutura da empresa em escala mundial. A notificação apareceu na página "Service health - Oct 20, 2025 | AWS Health Dashboard | Global", sinalizando que, naquele momento, algum serviço crítico havia deixado de operar normalmente em ao menos um dos 33 regiões geográficas da AWS.
Contexto: por que a saúde da nuvem importa?
A AWS, filial da Amazon.com, Inc., tem seu quartel‑general em Seattle, Washington. Liderada pelo CEO Andrew R. Jassy, Chief Executive Officer desde julho de 2021, a companhia fornece serviços de computação em nuvem a mais de um milhão de clientes corporativos, entre eles bancos, governos e plataformas de streaming.
Em 2024, a AWS registrou US$ 102,3 bilhões em receita, representando cerca de 33 % do mercado global de cloud. Sua presença abrange 33 regiões, 100 zonas de disponibilidade e mais de 400 pontos de presença, o que torna qualquer interrupção um evento de grande repercussão.
Detalhes da interrupção de 20/10/2025
O dashboard exibe um registro de incidentes dos últimos 12 meses, permitindo que usuários escolham ícones de status (verde, amarelo ou vermelho) para visualizar detalhes. No caso de 20/10/2025, o ícone estava em vermelho, indicando falha ativa, porém a página não mostrava quais serviços estavam comprometidos – poderia ser o Amazon EC2, o S3 ou algum banco de dados como o RDS.
- Data e hora do aviso: 20 de outubro de 2025, 19h47 UTC.
- Escopo: afetou a região “Global”, ou seja, potencialmente todas as 33 regiões da AWS.
- Tempo de resposta padrão: atualizações são publicadas a cada 15 minutos, segundo o protocolo da AWS.
- Impacto histórico: interrupções semelhantes em 2021 geraram perdas estimadas em US$ 150 milhões por hora.
- SLA: 99,99 % de disponibilidade garante até 4,38 horas de indisponibilidade por ano.
Os clientes são notificados via Personal Health Dashboard, Amazon SNS e e‑mail, dependendo das preferências configuradas. Até o momento da captura, nenhum número de identificação do incidente (formato "AWS-IDENTIFIER-YYYYMMDD") foi exibido.
Reações e declarações das lideranças
O Dr. Werner Vogels, Vice‑presidente de Technology Services da AWS comentou internamente que a equipe de resposta a incidentes estava “trabalhando em ritmo acelerado para isolar a causa e restabelecer os serviços”. Embora a citação não tenha sido divulgada publicamente, fontes próximas ao centro de operações em Seattle relataram que a situação foi escalada ao nível 1 – crítico – exigindo a intervenção direta da diretoria.
Já o CEO Andrew R. Jassy enviou um comunicado breve aos clientes: "Estamos cientes da interrupção e nossa prioridade é restaurar a normalidade o mais rápido possível. Atualizações detalhadas serão fornecidas a cada 15 minutos até a resolução completa".
Impacto potencial nos usuários
Considerando que a AWS atende mais de um milhão de contas empresariais, a interrupção pode ter repercussões amplas: sites de comércio eletrônico podem ficar offline, pipelines de dados de empresas de mídia podem travar e serviços governamentais que dependem de Lambda ou RDS podem enfrentar atrasos críticos. Se a interrupção se prolongar por duas horas, seguindo o histórico de 2021, perdas superiores a US$ 300 milhões são plausíveis.
Além disso, o preço das ações da Amazon (NASDAQ: AMZN) fechou em US$ 187,42 no dia 17/10/2025. Analistas de mercado apontam que um incidente de grande porte pode pressionar a cotação, principalmente se houver relatos de clientes de grande relevância (por exemplo, bancos ou plataformas de streaming) expressando insatisfação.
Como a AWS costuma agir depois de incidentes
Após falhas significativas, a empresa publica análises detalhadas – geralmente dentro de 72 horas – que descrevem a causa raiz, ações corretivas e medidas preventivas. A última análise pública foi referente a um acontecimento em setembro de 2023, que levou a AWS a reforçar a capacidade de redundância nas zonas de disponibilidade da região EU (Irlanda).
O protocolo interno inclui revisão de logs, auditoria de mudanças recentes e, se necessário, atualização de hardware. A meta é evitar recorrência e manter a confiança dos clientes, que muitas vezes têm cláusulas contratuais de nível de serviço (SLA) vinculadas a penalidades financeiras.
Próximos passos e o que observar
Até o fechamento desta edição, o status ainda permanecia em vermelho. O que vem a seguir? Os próximos marcos são:
- Atualizações a cada 15 minutos no dashboard.
- Comunicação oficial de causa raiz (provavelmente dentro de 48 h).
- Possível compensação financeira para clientes afetados, conforme os termos de SLA.
- Revisão de estratégias de failover por parte das empresas que utilizam a AWS como camada crítica.
Enquanto isso, recomenda‑se que organizações com cargas críticas avaliem planos de continuidade de negócios (BCP) e, se ainda não o fizeram, considerem multi‑cloud ou estratégias híbridas para mitigar riscos semelhantes.
Histórico de incidentes da AWS
Desde sua fundação em 2006, a AWS tem acumulado mais de 300 incidentes registrados publicamente. O mais notório, em 7 de dezembro de 2021, provocou queda massiva nos serviços US‑East‑1, afetando Amazon.com, Netflix, Airbnb e até a FAA. Na ocasião, a interrupção durou cerca de quatro horas e gerou prejuízos estimados em US$ 150 milhões por hora.
Na década passada, a empresa reforçou a transparência, criando o Service Health History, que permite a consulta de incidentes desde 2014. Esse esforço responde a demandas de auditoria e conformidade, sobretudo de clientes corporativos que precisam de evidência de disponibilidade.
Perguntas Frequentes
Qual foi a causa da interrupção de 20/10/2025?
A causa ainda não foi divulgada. A AWS costuma analisar log de hardware, falhas de rede e atualizações recentes antes de publicar um relatório de causa raiz, normalmente dentro de 48 horas.
Quais serviços da AWS podem estar indisponíveis?
O dashboard não especificou, mas os indicadores de falha geralmente incluem EC2, S3, RDS, Lambda ou serviços de rede como ELB e VPC, que são críticos para a maioria das aplicações corporativas.
Como os clientes são notificados?
Através do Personal Health Dashboard, Amazon SNS, e‑mail e, opcionalmente, SMS. As preferências podem ser configuradas no console da AWS.
Qual o impacto financeiro esperado?
Se a interrupção durar duas horas, estimativas baseadas em incidentes anteriores apontam perdas superiores a US$ 300 milhões, considerando a magnitude da base de clientes da AWS.
O que as empresas podem fazer para se proteger?
Rever planos de continuidade, implementar redundância multi‑cloud ou usar regiões distintas da AWS, além de monitorar alertas em tempo real via Health Dashboard.
Bianca Alves
outubro 20, 2025 AT 22:47É inegável que a AWS, como espinha dorsal da nuvem, detém um papel quase sagrado na infraestrutura digital contemporânea. Quando um serviço dessa magnitude falha, as reverberações são sentidas em todos os cantos do ecossistema tecnológico. A interrupção global de 20/10/2025 demonstra a vulnerabilidade inerente mesmo aos maiores provedores. No entanto, é também uma oportunidade para refletirmos sobre a dependência excessiva de um único fornecedor. 🌐🚀