Notícias Diárias Brasil

Real Madrid vence o Oviedo por 3 a 0 fora de casa; Mbappé decide com dois gols

Real Madrid vence o Oviedo por 3 a 0 fora de casa; Mbappé decide com dois gols ago, 25 2025

Mbappé resolve, Vinícius fecha a conta e o Real Madrid mantém 100%

Kylian Mbappé precisou de poucos toques para esfriar um estádio cheio: dois gols, um em cada tempo, e um aviso claro de que sua adaptação está mais rápida do que o imaginado. Em Oviedo, o francês abriu caminho para o 3 a 0 do Real Madrid no Carlos Tartiere, resultado que mantém o time de Xabi Alonso com 100% de aproveitamento na LaLiga 2025-26. Vinícius Jr., que começou no banco, entrou na etapa final, acelerou o jogo e fechou o placar nos acréscimos. O goleiro Escandell ainda salvou o Oviedo de um placar maior ao tirar o hat-trick de Mbappé com uma defesaça.

O roteiro teve um início com susto para os visitantes. O Oviedo tentou o caminho mais direto: bola longa nas costas da linha alta. Thibaut Courtois leu bem a jogada, saiu do gol e matou o lance antes da finalização. A resposta merengue veio rápido, com Rodrygo buscando o canto cruzado e parando em Escandell. Dali para frente, a partida ficou com cara de uma coisa só: posse, circulação e ataques pelos corredores, desorganizando o bloco defensivo asturiano com trocas rápidas de corredor.

O gol que abriu a partida apareceu aos 37 minutos em jogada limpa, quase didática. Arda Güler se apresentou entre linhas, girou o corpo e encontrou Mbappé no espaço. Um domínio para ajeitar, outro para finalizar rasteiro no canto. Frieza, tempo certo e execução clínica. O intervalo chegou com os visitantes em vantagem e com a sensação de controle total, enquanto o Oviedo tentava sobreviver apostando em transições e bolas paradas.

Chama atenção a decisão de Xabi Alonso de começar com Vinícius no banco. Nada de polêmica: gestão de minutos e um recado tático. Rodrygo ganhou a primeira titularidade desde o Mundial de Clubes, abriu o campo, buscou diagonais e finalizou com perigo. Não marcou, mas cumpriu a função de alongar a defesa rival, algo que facilitou a vida de Mbappé e de quem vinha de trás.

O segundo tempo foi mais aberto. O Oviedo se lançou um pouco mais, empurrado pela torcida no jogo de abertura em casa, e quase empatou em finalização que beijou a trave. Courtois precisou trabalhar num chute de média distância e em cruzamentos venenosos. O preço do risco, porém, apareceu do outro lado: com mais metros para correr, o Madrid acelerou as transições e encontrou caminhos por dentro e por fora.

Novamente Mbappé. Aos 83, ele recebeu na zona morta do zagueiro, protegeu a bola, perfilou o corpo e bateu rasteiro, de novo no canto. Dois a zero e silêncio no Tartiere. Pouco depois, Escandell negou o hat-trick com uma defesa reflexo, uma das melhores da noite. Ainda houve tempo para Vinícius Jr. deixar o dele, em contra-ataque, aos 48 do segundo tempo. Passe rápido, condução vertical e finalização de pé direito para matar o jogo.

Se o placar foi elástico, não foi casual. O Madrid empilhou ocasiões claras, alternando amplitude com ataques pelo corredor central. Federico Valverde apareceu como válvula pela direita, chegando no fundo e cruzando para trás. Güler, livre nos entrelinhas, costurou passes verticais e organizou a circulação. E houve espaço para boas impressões de Mastantuono, que entrou e mordeu alto, roubando bolas no campo do adversário. O desenho coletivo sustentou as individualidades.

Do lado do Oviedo, fica o mérito de não desmontar após o 1 a 0. O time ajustou a saída, trouxe um volante para dar a primeira bola e atacou o vazio às costas dos laterais, criando uma chance clara que terminou na trave. Em noites assim, pequenos detalhes definem: uma tomada de decisão um segundo antes, um passe meio metro mais forte, um domínio que escapa. Contra um elenco do tamanho do Madrid, a margem de erro é mínima.

Na tabela, a vitória mantém os merengues entre os três clubes com 100% de aproveitamento depois de duas rodadas. O Villarreal, que fez 5 a 0 no Girona, lidera pelo saldo. Nada que mude o humor em Valdebebas: performance consistente, controle de jogo e sinais muito positivos de encaixe entre peças-chave.

Momentos-chave do jogo? Três lances contam a história: a leitura de Courtois no começo, que evitou o 1 a 0 contra; o primeiro toque de Güler para Mbappé no 1 a 0; e o contra-ataque nos acréscimos que fechou a conta com Vinícius. Entre esses pontos, o Madrid empilhou aproximações, e o Oviedo respondeu como pôde.

  • 37' — Güler acha Mbappé entre zaga e volante; finalização seca no canto. 1 a 0.
  • 83' — Mbappé recebe, gira e repete a receita: bola baixa no canto. 2 a 0.
  • 90'+3' — Transição rápida e conclusão de Vinícius Jr. 3 a 0.

Para Xabi Alonso, há confirmações e lições. Confirmações: a equipe já entende as alturas de pressão, sabe quando morder e quando baixar bloco. As coberturas funcionam e os apoios ofensivos chegam com volume, especialmente pelo lado direito. Lições: a linha alta sofre quando o primeiro combate não é bem coordenado, e a reação à segunda bola ainda oscila. O intervalo entre zagueiro e lateral é um ponto de atenção quando o adversário inverte rápido de um lado ao outro.

Com Mbappé e Vinícius, a conversa sempre cai na convivência em campo. Hoje, eles dividiram o jogo: o francês como referência desde o início; o brasileiro entrando para acelerar na reta final. Quando estiverem juntos por mais minutos, o desenho natural tende a colocar Vinícius partindo da esquerda, atacando profundidade, e Mbappé alternando entre central e meia-lua, aproximando para tabelas curtas e atraindo zagueiros. A noite em Oviedo mostrou que, com espaço, a dupla decide. A dúvida é o ajuste fino em jogos fechados, quando o rival nega transição e empurra o Madrid para um ataque posicional mais paciente.

Rodrygo? Foi importante sem gol. Abriu corredores, puxou marcação, arrastou duelos e apareceu para finalizar. Em alguns momentos, caiu por dentro para liberar a ultrapassagem do lado, invertendo funções com o meia. A leitura de espaço foi boa, e a tendência é que os gols saiam com ritmo de jogo.

Arda Güler pede menção à parte. Joga de cabeça erguida, acelera quando precisa e desacelera quando o lance pede pausa. O passe do 1 a 0 explica sua utilidade: não foi só visão, foi tempo certo. Ele recebeu orientado, já pronto para acionar a ruptura. Com ele entre linhas, o Madrid ganha um atalho para quebrar blocos compactos sem precisar cruzar a todo instante.

Courtois também teve sua noite. Sem milagre, mas com intervenções seguras: saída rápida em profundidade no começo, encaixes firmes e leitura de cruzamentos. Para um time que defende alto, ter um goleiro que cobre as costas da zaga com tempo e decisão é meio caminho para reduzir sustos.

No Oviedo, Escandell foi destaque. Tirou finalizações com o pé, voou em chute colocado e fez a defesa da partida ao impedir o terceiro de Mbappé antes dos acréscimos. A equipe da casa mostrou uma ideia clara: competir fisicamente, acelerar transições e usar o apoio do estádio para empurrar o adversário para trás. Faltou capricho na definição — e um pouco mais de calma no último passe.

Há uma camada emocional aqui. Jogo de abertura em casa, estádio cheio, rival gigante do outro lado. Quando o 1 a 0 cai perto do intervalo, o desgaste é também mental. Mesmo assim, o Oviedo voltou para o segundo tempo com coragem. Sai com 3 a 0 contra, mas com material para corrigir: melhor ocupação da área nos cruzamentos ofensivos e ajustes nas coberturas dos lados.

Olhando adiante, o Madrid sai com mais do que três pontos. Sai com sinais de identidade coletiva sob Xabi Alonso: time que ataca com muita gente, que pressiona alto com coordenação e que usa bem seus talentos para desequilibrar. Em noites como esta, quando o jogo pede frieza e execução, a diferença aparece no detalhe — e Mbappé é detalhe que vira decisão.

Leituras táticas, destaques individuais e o impacto na temporada

O plano inicial indicou um 4-3-3 flexível, que por vezes virou 3-2-5 com a bola. Laterais dando largura, um meia centralizando para criar superioridade numérica e atacantes explorando o espaço entre lateral e zagueiro. Sem a bola, bloco médio com gatilhos claros: pressionar após recuo para o goleiro e cercar o lado da bola para roubar e acelerar. Quando o Oviedo quebrou a primeira linha, a recomposição foi rápida, com perseguições curtas e proteção na entrada da área.

O Madrid foi paciente no terço inicial, rápido na penúltima ação. Isso costuma ser a diferença entre rondar o adversário e de fato entrar na área. Ao usar inversões rápidas, abriu o campo e achou corredores para atacar por dentro quando a defesa adversária esticou demais. Güler e Valverde foram chaves nessa alternância entre largura e infiltração.

Nos duelos individuais, Mbappé dominou a narrativa. O primeiro gol é manual de centroavante: posicionamento, domínio orientado, finalização no tempo certo. O segundo traz força e leitura corporal, ao proteger antes de bater. Vinícius precisou de menos minutos para carimbar a noite: condução agressiva, diagonais e uma bola na rede para selar a atuação.

A entrada de Mastantuono adicionou energia no pós-perda, com pressão imediata e roubadas no campo de ataque. Esse perfil ajuda a sustentar a plataforma ofensiva sem recuar tanto as linhas. Em jogos longos, isso pesa: o adversário erra mais cedo, o ritmo cai do lado de lá e as chances aparecem.

O 3 a 0 pesa na cabeça dos rivais e na tabela. Em agosto, saldo de gols já começa a virar detalhe que organiza a parte de cima. O Villarreal assume a liderança pelo 5 a 0 sobre o Girona, mas o que fica para o Madrid é a sensação de que as ideias estão colando. O time criou muito, cedeu pouco e soube controlar os momentos ruins.

O que ainda pede ajuste? Duas coisas. Primeiro, a coordenação da linha alta quando a pressão na bola não vence de primeira: a distância entre zagueiro e lateral precisa fechar mais rápido para travar a bola longa diagonal. Segundo, a bola parada defensiva: em jogos fora, um escanteio mal defendido muda narrativa. Hoje não custou caro, mas a trave do Oviedo foi aviso.

Para o Oviedo, o recorte é pragmático. O calendário entrega pedreiras cedo e o time precisará pontuar nos duelos diretos pela permanência. A atuação de hoje mostra competitividade e organização básica, além de um goleiro inspirado. Com um pouco mais de peso na área e melhor tomada de decisão no último terço, os pontos virão.

Para quem gosta de ver sinais de temporada, há alguns aqui: Mbappé está confortável; Vinícius segue decisivo mesmo entrando do banco; Güler ganhou minutos e relevância; e o plano de Xabi Alonso combina agressividade sem bola com critério com ela. Em uma liga longa, consistência conta tanto quanto brilho. Em Oviedo, o Madrid mostrou os dois.